terça-feira, 19 de novembro de 2013

MEMÓRIA DO FUTEBOL DE DRACENA

Recebi o convite para participar do Jogo da Saudade em Dracena. Veio um feixe de luz, uma lembrança gostosa de um grande time de Dracena de 1982. Disputávamos um campeonato dificílimo na Divisão Intermediária do estado; esta agremiação mantinha um elenco fantástico em qualidade técnica; relacionar nomes de destaque não me atrevo, pois o grupo no geral era competitivo.
Quero contar de uma passagem que nunca esqueci pela crueldade que os dirigentes da FPF trataram nossa equipe, foi um “desrespeito’’. Tudo começou quando o Dracena se deslocou até Araçatuba para disputar a vaga de campeão da chave do primeiro turno. Éramos naquele momento comandados pelo técnico Eca, veterano conhecedor do futebol do interior paulista. Lembro da minha dificuldade para tentar se recuperar de um grande resfriado, e uma tosse insuportável, era dúvida; antes de escalar o elenco que entraria jogando, “seu” Eca veio com um copo cheio de limão, conhaque e sal e mandou-me tomar. Aceitei o trago e comecei a aquecer junto com o elenco, o suor veio em cascata, me senti bem e confirmou-se a escalação final.
Começou a partida naquela cidade, o jogo foi à noite, era um clássico daquele tempo, tínhamos jogado várias vezes contra aquela agremiação e obtivemos só vitórias. O elenco adversário era constituído por grandes atletas, alguns oriundos do Corinthians Paulista, como Dicão, Edson Fumaça e Paulo Vidotti. Fomos para o intervalo perdendo por 2 x 1; o calor estava nos esgotando, mas como citei no início do texto, este time tinha um elenco experiente e de qualidade, não foi difícil virar o jogo, já contávamos com a vitória, pois o zagueiro adversário Paulo, saiu expulso, e faltavam perto de cinco minutos para o término da peleja. Mas, aconteceu algo que interrompeu o evento, foram desligados os refletores, ficamos esperando o tempo exigido e não retornando a energia o árbitro encerrou a partida. Fizemos a viagem de retorno em clima de festa, fomos recebidos como campeões da fase. Amanheceu o dia na segunda-feira, reunimos, como era tradição, os atletas e fomos buscar um barril de chopp no “seu” Dovilho Moura. Iríamos pescar no Rio do Peixe; pescar era o modo de dizer e sim fazer um belo churrasco em baixo da ponte. Já anoitecendo veio um mensageiro do clube avisando que jogaríamos de novo contra o Araçatuba, pois a Federação anulou o resultado, já na quarta-feira na parte da tarde. Fomos surpreendidos não acreditando no recado, estávamos todo o grupo reunido naquele local, na folga do sucesso adquirido em campo. Finalizando a resenha, juntamos o pessoal e voltamos  para a cidade. Jogamos novamente contra o opositor e infelizmente perdemos pelo placar mínimo. A uma única derrota para aquele time nos tirou o titulo do turno. Foi lamentável escutar o nome de José Maria Marin, o interventor da FPF, que nos passou a perna.

Dirceu Pato, zagueiro do Dracenão em 81-82

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